O dia 09 de março amanhece cheio
de expectativa no Castelo de Castiglione, a nobre Laura Gonzaga esta para dar a
luz ao primogênito de seus 8 filhos. Os trabalhados de parto estavam difíceis e
todos lá temiam pela vida da mãe e da criança. Foi então que, por inspiração
divina, Dona Laura fez uma promessa a Nossa Senhora de Loreto, de consagrar-lhe
esse primeiro filho e de levá-lo em peregrinação ao seu santuário, tão logo
ambos se recuperassem. Imediatamente o menino nasceu, e com grande alegria.
Puseram-lhe o nome de Luís, Luís de Gonzaga. O recém-nascido haveria de ser a
maior glória da dinastia dos Gonzaga, uma das mais ilustres de toda a Itália.
Seu pai, Fernando Gonzaga, era Marquês de Castiglione e príncipe do Sacro
Império. Desde muito pequeno, Luis gostava de ouvir falar de Deus; da mãe
herdara a piedade e as virtudes cristãs e do pai o espírito determinado e
corajoso dos militares. Aos 5 anos, o pequeno nobre, recebe de presente de seu
pai, uma pequena armadura, elmo espadinha e um pequeno arcabuz de verdade;
assim fardado foi levado para o acampamento e para revista das tropas. Luís
gostava de estar junto das tropas, imitava seus gestos e muitas vezes até os
palavrões, sem saber o que significavam. Foi então que seu tutor chamou sua
atenção dizendo que aquela não era linguagem de lábios limpos e puros. Luis
comoveu-se as lagrimas e por toda a sua vida dizia que aquele episódio marcou a
sua conversão, tinha somente 5 anos. A partir dos 7 anos, despertou de maneira
mais intensa o interesse pela vida de oração e pela vida espiritual. Em seu
coração nutria um grande amor pela Santíssima Virgem Maria e para ela
dispensava longas e carinhosas manifestações de sua devoção. Apesar dos fortes
apelos da sociedade e das outras crianças da época, que sonhavam com as glórias
das conquistas militares e das honras da nobreza, o pequeno Luis cada dia
crescia nas virtudes cristãs. Aos 9 anos de idade consagrou sua vida a Virgem
Maria, fazendo voto de castidade perpétua, muito embora sem o conhecimento de
seus pais. Quando tinha 10 anos, durante uma das viagens de seus pais, recebeu,
no castelo, o então cardeal-arcebispo de Milão, São Carlos Borromeu. Este ficou
encantado com a pureza e santidade, tendo declarado: “Que jamais encontrara jovem que, em tal idade,
atingisse tão elevada perfeição”. O próprio cardeal
administrou-lhe a primeira comunhão, aconselhando-o a pratica da comunhão
freqüente e a leitura do catecismo romano. Luis crescia em idade e sabedoria
diante de Deus e dos homens, a meditação continua tornou-se hábito constante a
ponto de um de seus criados afirmar: “Todos seus pensamentos estavam fixos em
Deus. Fugia dos jogos, dos espetáculos e das festas. Se dizíamos algum
palavrão, logo chamava-nos e repreendia-nos com toda caridade”. Viveu em plena
época do renascimento, estudou as línguas clássicas, chegando a escrever latim
em sua essência. Foi em latim que fez o discurso de saudação ao monarca
espanhol Felipe II quando da sua vitória sobre Portugal. No ano de 1581, com 13
anos, foi levado pelo pai para a Espanha, onde reinava Felipe II. Ele foi para
lá para ser pajem dos infantes daquele país. Aos 16 anos, sentindo no coração
imenso desejo de viver totalmente sua vocação dedicada a Deus e ao próximo,
apresenta ao marquês, seu pai, suas intenções, que com grande dificuldade deu o
seu sim, pois Luis representava a garantia de sucessão! No dia 1º de novembro
de 1585, aos 17 anos, diante dos pais e parentes mais próximos, Luis renunciou
aos direitos de primogênito, aos bens e aos títulos em favor de seu irmão
Rodolfo.
A companhia de Jesus (Jesuítas)
O jovem Luís apresentou-se ao superior da companhia de Jesus, em Roma, tendo 18 anos incompletos. Foi aceito como noviço, e como tal, mostrou-se espiritualmente preparado para vida sacerdotal e religiosa. Para ele era sempre uma alegria poder ajudar na cozinha e na limpeza da casa. Visitava doentes e encarcerados. Não tinha vergonha de percorrer as ruas de Roma para esmolar, com um saco as costas, o que era necessário para a comunidade. Dedicava-se de corpo e alma à contemplação da vida de Cristo, principalmente a Paixão e Morte de Jesus. Cultivava grande devoção a Virgem Maria, ao Santíssimo Sacramento e ao seu anjo da guarda, em todas as ocasiões, mantinha uma profunda intimidade com Deus, meditava por horas seguidas, a Paixão de Jesus e para todos dizia: “Aquele que não é homem de oração não chegara jamais a um ato grande de santidade nem jamais triunfará sobre si mesmo...”.
A Morte
Tendo recebido a noticia do falecimento de seu pai, Luis teve que ir a Castiglione para resolver a discórdia surgida entre seu irmão Rodolfo e o tio por causa da herança e de terras. Graças a sua intervenção as duas partes entraram em acordo e fizeram as pazes. Ao voltar a Roma, no entanto, teve que enfrentar a situação difícil que a população estava vivendo. Era o ano de 1591, e uma terrível epidemia espalhou-se pela cidade vitimando centenas de pessoas. Luís empregava seu tempo para tratar os doentes, visitando-os nas casas e ajudando-os a chegarem aos hospitais. Seu zelo era incomparável e incansável era em querer salvar a todos, tanto das enfermidades do corpo como da alma. Luis Gonzaga era um exemplo edificante para todos, superiores, colegas, parentes, amigos e principalmente para o povo sofrido e marginalizado da época. Carregava os doentes nas costas, apesar de seu corpo magro e frágil. Acabou sendo vitimado do contágio da epidemia e ao adoecer teve o carinho e o cuidado dos irmãos Jesuítas, que se revezavam em atendê-lo, pois para todos o jovem Luis era um santo já em vida. Luis Gonzaga faleceu santamente no dia 21 de junho de 1591, com apenas 23 anos de idade. Seu exemplo e testemunho marcaram gerações de jovens; e no ano de 1926, o Papa Pio XI o proclamou “Celeste Patrono da Juventude”.
São Luis Gonzaga, Rogai por nós!
Fonte: São Luis Gonzaga
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