«Por muito que me esforce, não consigo
evitar que a minha casa se encha de coisas inúteis. Quando as vi pela
primeira vez — tenho de o reconhecer — não duvidei de que eram
necessárias. Com o passar do tempo, pelo contrário, vejo que poderia
viver perfeitamente sem ter comprado muitas dessas coisas. O problema é
que no momento não me lembro disto. Ou melhor, até me lembro, mas
convenço-me de que necessito mesmo daquilo — e compro.
«Gostaria, sinceramente, de aprender a
comprar com mais sensatez. Ainda mais agora que estamos a viver uma
séria crise económica. Há tanta gente a passar necessidades! Gostaria de
ter um estilo de vida mais simples, mais austero. No fundo, mais
cristão. E
ensinar esse estilo de vida aos meus filhos. Dou-me conta de que o excesso de bens estragou-lhes um pouco a educação. A minha mulher pensa o mesmo. E também estamos de acordo em que o exemplo é o primeiro modo de educar. Acho que ainda estamos a tempo de mostrar-lhes na prática que é possível viver melhor com menos coisas».
ensinar esse estilo de vida aos meus filhos. Dou-me conta de que o excesso de bens estragou-lhes um pouco a educação. A minha mulher pensa o mesmo. E também estamos de acordo em que o exemplo é o primeiro modo de educar. Acho que ainda estamos a tempo de mostrar-lhes na prática que é possível viver melhor com menos coisas».
Palavras de um pai de família que nos
fazem pensar. A ideia de consumir com mais ponderação parece estar na mó
de cima. Sobretudo em virtude da crise que estamos a atravessar. Muita
gente tem o desejo real de controlar melhor as suas despesas. Seria uma
pena, no entanto, que fosse somente por este motivo. O consumo prudente
não é uma simples medida para economizar — é uma condição fundamental
para sermos felizes! Oxalá estas circunstâncias sejam um momento ideal
para redescobrirmos isso.
Necessitamos do dinheiro para viver.
Disso, ninguém tem dúvidas. Mas identificar a capacidade de gastar com a
felicidade é um erro funesto. Uma vida feliz está muito mais
relacionada com a qualidade das nossas relações com Deus e com os outros
do que com as coisas que tenhamos ou que possamos vir a ter. Para um
cristão — e também para qualquer pessoa sensata — não se trata somente
de reduzir o consumo, mas de aprofundar em como vai a nossa relação com
os bens materiais. Descobrir modos de usá-los como aquilo que são:
instrumentos, não fins. Pedir a Deus que o nosso coração não se apegue
àquilo que por definição é passageiro e caduco.
O dinheiro não garante a qualidade de
vida. Nem garante, evidentemente, a qualidade da educação. Quantas
vezes, na educação dos filhos, o problema não é a falta de dinheiro mas o
excesso dele? Quantos pais enchem os seus filhos de presentes porque
não têm tempo para estar com eles? Talvez a motivação para actuar deste
modo seja boa — longe de mim pôr isso em causa! No entanto, não é um
modo correcto de educar. Na educação, o tempo não se pode substituir
pelo dinheiro nem pelos presentes.
O dinheiro mal gasto estraga a educação
dos filhos — e estraga a capacidade dos pais para educarem
correctamente. Quantos pais dizem que é preciso ter poucos filhos — um,
no máximo dois — para poderem gastar mais com eles e dar-lhes assim uma
melhor educação! Mais tarde, dão-se conta de que essa atitude complicou —
e muito! — a educação dos seus filhos. Começam a pensar que os filhos
teriam sido mais bem educados com menos dinheiro e mais irmãos.
Fonte:blogs catolicos
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