" Os mandamentos de Deus devem ser vistos por nós, não como um peso insuportável ou uma imposição. Na verdade é uma obrigação, mas uma obrigação "no amor". São caminhos, trilhas, que Deus deixou a nós pra melhor lhe servimos. São como sinalizações nas estradas: não querem atrapalhar ou atrazar a viagem mas torná-la mais segura e eficaz. Assim os mandamentos são estas sinalizações que nos ajudam a não sair do caminho certo. Fora deles ou respeitá-los não existe garantia de uma chegada feliz.
Portanto o dízimo deve ser visto nesta dimensão. É um mandamento de Deus? Sim. Basta lermos na Bíblia ( cfr. Eclo 35, 1-13; Ml 3,10-12; 2 Cor 9,6-15; Lc 21, 1-4; etc.) que encontraremos o mandato de Deus. Então se é mandamento estamos obrigados a ele? Sim, mas é uma obrigação de amor! E o amor se mede pela generosidade e capacidade de entrega. Em linhas gerais o dízimo não acrescenta nada a Deus. Todavia é uma grande oportunidade a nós de expressarmos concretamente o nosso amor a ele e a Comunidade-Igreja onde participamos.
Aprendemos no Catecismo que a Igreja é o Corpo de Cristo. Não se pode amar a Deus sem amar o seu corpo. Desta forma, o dízimo foi instituído por Deus a fim de que cada um sinta-se membro atuante e responsável pela sua comunidade e possa fazer sua as necessidades, que não são poucas, da mesma.
Muitas pessoas me perguntam: Padre, quando devo devolver o dízimo? Qual é a taxa do dízimo? De fato, a palavra dízimo significa a décima parte, 10% de alguma coisa. Porém digo sempre o seguinte: o dízimo é um caminho de perfeição e comprometimento. Nós devemos tender sempre a perfeição. O ideal de todo Cristão Católico seria atingir a perfeição, os 10%. Muitos se conscientizam e tendem ao máximo da perfeição, reconhecendo que podemos ser mais generosos. Entretanto digo que, mais que o valor o importante é a fidelidade na devolução.
Como mandamento e expressão de amor à comunidade não posso escolher cumpri-lo ou não. Este mês cumpro, este ou aquele mandamento deixo, aquele outro deixo para depois ou volto a cumpri-lo daqui a 02 meses.
Não posso ser mesquinho no amor! Devo, também, evitar a imagem de comércio ou investimento no dízimo. Dou para receber algo em troca. Todavia Deus é fiel. Vê a generosidade, abertura, disponibilidade, desapego do coração e envia graças abundantes, em proporção maiores que as que pedimos ou merecemos. O nosso coração, quando mais se esvazia de si e de seus apegos, mais se enche de Deus e de seus dons! Que Deus abençõe a todos os dizimistas da nossa Paróquia e suscite em quantos ainda não o é, a descobrir o valor deste mandamento, que no fundo é uma expressão de amor a Deus e à Comunidade-Igreja"
Padre Clécio Nogueira Barros
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